O relatório da pesquisa Justiça em Números 2013, divulgado nesta terça-feira (15/10), revela que o número de processos em trâmite no Judiciário brasileiro cresceu 10,6% nos últimos quatro anos e chegou a 92,2 milhões de ações em tramitação em 2012. O aumento no volume de processos ocorre apesar da melhoria da produtividade de magistrados e servidores e resulta, principalmente, do aumento de 8,4% no número de casos novos em 2012 e de 14,8% no quadriênio.
A relação entre a taxa de congestionamento e a produtividade dos magistrados do TJRS atingiu 100% de eficiência, juntamente com os TJs do Rio de Janeiro e Amapá.
Além do TJRS, apenas os TJs de Mato Grosso do Sul e do Pará aparecem no melhor quadrante, ou seja, naquele em que há alta produtividade dos servidores e baixa taxa de congestionamento
O Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJRS) apresentou crescimento de produtividade dos magistrados (1,4%), queda da taxa de congestionamento de 5,5 p.p e 100% de eficiência a partir dos insumos disponíveis.
De acordo com a pesquisa, o estoque de casos pendentes de julgamento em todo país, no início de 2012, era de 64 milhões de processos. Somados aos 28,2 milhões de casos que ingressaram ao longo do ano, chega-se ao total de 92,2 milhões de processos em tramitação em 2012, número 4,3% maior que o do ano anterior.
O Presidente do Tribunal de Justiça, Desembargador Marcelo Bandeira Pereira, credita o bom desempenho do TJRS no levantamento anunciado hoje à dedicação, criatividade e envolvimento de servidores e magistrados. Sempre existe uma participação efetiva de todos, o que reflete num ambiente propício ao registro de bons resultados, como constatamos novamente hoje, acrescentou.
O magistrado destacou ainda o trabalho integrado do Poder Judiciário com Ministério Público, Procuradoria-Geral do Estado, OAB e Defensoria Pública, além das comissões internas de magistrados e servidores. Não dispensamos que outras instituições e poderes participem do processo decisório, o que reduz a possibilidade de erro e melhora o desempenho geral, afirmou. Hoje à tarde, o Desembargador Marcelo Bandeira Pereira, palestrou sobre o tema Perspectivas de produtividade a partir do Relatório Justiça em Números 2012, onde falou sobre o planejamento estratégico do TJRS e a execução orçamentária.
Dados do TJRS
Com relação à despesa total, o TJRS apresentou variações positivas de 9,9% entre 2009 e 2012 . Esse crescimento relaciona-se diretamente com a despesa de recursos humanos (10,2%) e a despesa com bens e serviços (8,2%), porém, quando analisada a despesa relativamente ao PIB, observa-se que houve queda de 3,5%. O quantitativo de magistrados e servidores reduziu-se em, respectivamente, 1,5% e 1,4% no último quadriênio.
2º Grau: 135 magistrados o que representa -2,9%
1º Grau: 560 magistrados, representando -4,8%
Turmas Recursais: 12: -14,3%
Juizados Especiais: 227: 0,9%
Total de Magistrados: 734, ou seja, -5,2%
Vale destacar que a carga de trabalho dos magistrados diminuiu 11,5%, com destaque para a queda da carga dos magistrados dos Juizados Especiais, que passou de 4.200 em 2009 para 3.167 em 2012, proveniente, principalmente, da queda de processos em tramitação que ocorreu em 2011 (-23,3%).
O levantamento demonstra que cresceu a produtividade dos magistrados. De acordo com o relatório, cada magistrado proferiu, em 2012, 1.450 sentenças em média, o que representa aumento de 1,4% em relação ao ano anterior. É o terceiro ano consecutivo em que o índice registra crescimento. Também foi maior o número de processos baixados por magistrado: 1.628 processos ou 4,1% de aumento em relação a 2011.
A taxa de congestionamento no TJRS, por sua vez, apresentou queda de 5,5 p.p. no último quadriênio, resultante da diminuição no quantitativo dos casos novos (-5,3%) e dos casos pendentes (-18,2%), além do leve aumento do total de processos baixados (0,7%) nesse período.
A despesa total da Justiça Estadual no país alcançou R$ 31,4 bilhões em 2012, um crescimento 24,7% na série histórica. As despesas dos tribunais de grande porte, isto é, os TJs de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Paraná e Rio Grande do Sul, correspondem a 56% da despesa total da Justiça Estadual.
Deve-se ressaltar que 67% dos casos novos da Justiça Estadual encontram-se nos Tribunais de grande porte (isto é, TJs de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Paraná e Rio Grande do Sul). Esse crescimento e tal concentração de demanda já ocorriam desde o último ano (quando o crescimento foi de 6,3%).
No ano de 2012, tramitaram na Justiça Estadual mais de 72 milhões de processos, sendo que 69,6% deles se encontram nos Tribunais de grande Porte.
Quatro Tribunais de grande porte (TJs do Rio Grande do Sul, Paraná, São Paulo e Rio de Janeiro) situam-se no quartil com maior proporção de casos novos por 100 mil habitantes.
A relação entre a taxa de congestionamento e a produtividade dos magistrados do TJRS atingiu 100% de eficiência, juntamente com os TJs do Rio de Janeiro e Amapá.
Além do TJRS, apenas os TJs de Mato Grosso do Sul e do Pará aparecem no melhor quadrante, ou seja, naquele em que há alta produtividade dos servidores e baixa taxa de congestionamento
Números Gerais - Judiciário Nacional
Processos em trâmite no Judiciário brasileiro cresceu 10,6% nos últimos quatro anos e chegou a 92,2 milhões de ações em tramitação em 2012.
O aumento no volume de processos ocorre apesar da melhoria da produtividade de magistrados e servidores e resulta, principalmente, do aumento de 8,4% no número de casos novos em 2012 e de 14,8% no quadriênio.
De acordo com a pesquisa, o estoque de casos pendentes de julgamento no início de 2012 era de 64 milhões de processos.
No ano passado, o número de processos baixados (solucionados) cresceu 7,5% e chegou a 27,8 milhões de processos, e o número de sentenças ou decisões proferidas foi 4,7% maior (24,7 milhões).Entretanto, o estoque de casos pendentes vem crescendo ano a ano (aumento de 2,6% em 2012 e de 8,9% no quadriênio).
Despesas: Total de despesas do Poder Judiciário: R$ 57,2 bilhões (+ 7,2%). Equivalente a 1,3% do PIB e a 3,2% do total gasto pela União.
Recursos Humanos: O Poder Judiciário conta com um corpo de 17.077 magistrados, sendo que 14.410 (84%) atuam na 1ª Instância composta pela soma do 1º Grau e dos Juizados Especiais e 2.379 (14%) são Desembargadores. Há 390 mil funcionários, sendo 269 mil (69%) servidores efetivos, requisitados e comissionados sem vínculo e 121 mil (31%) contratados na forma de auxiliares como terceirizados, estagiários, juízes leigos e conciliadores.
Taxa de congestionamento: Apresentou leve queda de 1 ponto percentual e ficou em 69,9%, ou seja, de 100 processos que tramitaram, apenas 30 foram baixados no período.
De acordo com o relatório, cada magistrado proferiu, em 2012, 1.450 sentenças em média, o que representa aumento de 1,4% em relação ao ano anterior. Também foi maior o número de processos baixados por magistrado: 1.628 processos ou 4,1% de aumento em relação a 2011.
Execução Fiscal: De acordo com a pesquisa, 29,2 milhões de processos dessa natureza tramitam no Poder Judiciário, o que representa 32% de todos os processos em tramitação.
Produtividade: Os Tribunais de Justiça do Rio Grande do Sul (TJRS), Rio de Janeiro (TJRJ), Mato Grosso do Sul (TJMS), Acre (TJAC) e Amapá (TJAP), além dos Tribunais Regionais do Trabalho da 2ª Região (TRT-2) e da 8ª Região (TRT-8), alcançaram, em 2012, resultado máximo de produtividade, segundo o Índice de Produtividade Comparada (IPC-Jus).
Justiça Estadual: Houve um crescimento do orçamento em 12,3% ocasionado pelo aumento tanto em bens e serviços (19,3%) quanto de recursos humanos (12,5%). O ingresso de terceirizados foi o que mais contribuiu para aumento da força de trabalho, com aumento de 12.562 (30,8%) funcionários em relação a 2011.
Taxa de congestionamento constante. Caiu para 73,3% em 2012.
Processos baixados frente aos casos novos: 96,2%
Litigiosidade: A Justiça Estadual é o ramo que apresenta maior litigiosidade, já que abrange 71% dos processos ingressados em nível nacional.
A Justiça estadual tem 11.960 magistrados e 258.731 mil servidores.
É a maior de todas e representa aproximadamente 55% de todo o gasto do Poder Judiciário.